sexta-feira, dezembro 31, 2004

Passear...

Adoro passear. É algo que sempre gostei de fazer e, felizmente, sempre tive oportunidade de viajar bastante, em Portugal e um pouco pela Europa. Mas, às vezes, não é o destino que realmente importa, é a companhia. E hoje quero recordar um passeio excelente que fiz um dia destes com três pessoas fantásticas.
O destino era o Festival do Chocolate em Óbidos e, realmente, fomos ao Festival, vimos as "barraquinhas" todas e até comemos alguns doces e bebemos a ginginha, mas o melhor veio depois. O passeio pela muralha de Óbidos, cansativo mas divertidíssimo. O piquenique no miradouro, de fazer inveja a qualquer um. A passagem por Alcobaça e Peniche. A paragem no Cabo Carvoeiro e as "centenas" de fotos ali tiradas. Nazaré... O elevador, o miradouro, as fotos, as castanhas. Até no regresso houve quem se lembrasse de ir até à Lourinhã, não sei bem fazer o quê mas foi uma voltinha do melhor!
E nada melhor para um fim de noite perfeito do que uma bela refeição caseira, por uma cozinheira do melhor. E de seguida um bom filme.
Foi de certeza um dia dos melhores, valeu pelos passeios, valeu pelas fotos, valeu pelas recordações e valeu ainda mais pela companhia.
Temos de repetir!

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Às vezes...

Às vezes um grande sorriso esconde tantas lágrimas. Tentamos disfarçar tudo o que vai cá dentro com uma cara feliz mas às vezes não conseguimos, às vezes a carga torna-se demasiado pesada e vamos abaixo. Sei que nos tornamos a levantar mas, mesmo assim, custa. Pode ser do momento, da altura, de acontecimentos... O facto é que nem sempre estamos bem mesmo que se tente esconder isso só para nós.
Um grande e sincero sorriso para todos os que sempre estiveram ao meu lado.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

«Lemony Snicket's: Uma Série de Desgraças»


Hummmm... O que dizer deste filme? Acho que estava à espera de algo diferente, mais aventura talvez. Não que o filme seja mau de todo mas tem umas partes algo chatas, monótonas, muito do mesmo.
Mas no geral até se vê bem, até porque há certas partes boas. O início do filme está bom, o corte do filme do "duende amoroso" para a realidade que vamos ver. O genérico final também está engraçado, fora do comum e muito bem feito. O Jim Carrey, praticamente irreconhecível por detrás de tão boa caracterização, no seu estilo inconfundível de sempre consegue arrancar algumas gargalhadas.
Não considero que seja um "filme a não perder" mas foi uma boa forma de ocupar esta noite.

terça-feira, dezembro 28, 2004

Pentágono

Assim como o pentágono tem cinco lados iguais, nós somos cinco pessoas cujos caminhos se tinham de cruzar!
Conhecemo-nos há pouco mais de três anos e já me habituei de tal forma a todas vocês que dói só de pensar que estamos no último ano. Espero sinceramente que não signifique o fim porque eu acho que estamos apenas no início de muitas coisas boas que podem vir.
Como em todas as relações, já tivémos momentos menos bons mas, em contrapartida, já tivémos muitos momentos super agradáveis. As nossas conversas, as nossas palhaçadas, as nossas gargalhadas, os nossos passeios... Hoje foi mais um dia fantástico e temos de ter muitos mais assim, porque as coisas boas da vida como os amigos têm de ser aproveitados até à última gota.
Tenho um carinho super especial por cada uma e só espero ser capaz de retribuir tudo aquilo que me proporcionam.
EL KARALITA adoro-vos.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Frases Cinematográficas Marcantes

De entre inúmeras frases marcantes na história do cinema, hoje resolvi escolher algumas para publicar aqui. Há imensas frases de filmes que nunca se esquecem. Aceito sugestões de outras frases. Até eu me vou lembrar de mais um dia destes.

Braveheart
«They may take our lives, but they'll never take our freedom!» - Mel Gibson

Dead Poet Society
«Carpe diem. Seize the day, boys. Make your lives extraordinary!» - Robin Williams

ET
«E.T. Phone home!» - O boneco

Forrest Gump
«My mama always said, "Life is like a box of chocolates. You never know what you're gonna get.".» - Tom Hanks

Star Wars
«May the Force be with you.»

Imortalidade do HOJE

O hoje nunca se esquece, são momentos que ficam sempre.

domingo, dezembro 26, 2004

Acabou o Natal!

Passou mais um Natal! Agora é esperar menos de 365 dias para recomeçar tudo: prendas, filas, árvores de Natal, iluminações, Pais Natal...
Amanhã já tudo volta à normalidade e começa a pensar-se na passagem do ano, noite que eu gosto bastante, sobretudo se me divertir bem como tem acontecido nos últimos anos!
Estas semanas realmente são um corropio de festa em festa, quem está de férias acaba por não ter férias, quem está a trabalhar não tem tempo para grandes planos, mas no final tudo se consegue e tudo corre pelo melhor, o importante é aproveitar esta época que todos os anos nos acompanha.

sábado, dezembro 25, 2004

Ainda o tempo...

Sempre soube que o tempo é fugaz e que aproveitar o momento é o melhor que se faz porque nunca sabemos o amanhã. Mas quando me envolvo profundamente, quando algo está a começar, nunca penso no fim, tenho sempre a ideia de que haverá continuação e que vai tudo ser ainda melhor, mesmo que haja distância, o reencontro dá sempre tanto prazer, só imaginar a alegria de voltar...
Por isso acho que não há razões para viver tudo a correr num só dia se pode vir o amanhã e posso saborear tudo com mais prazer ainda. Pena que às vezes haja desilusões e não me deixem viver o amanhã.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

FELIZ NATAL
PARA TODOS!!!

quinta-feira, dezembro 23, 2004

O Tempo

Sigo a minha vida sem muitas vezes me dar conta da enorme importância que o tempo tem. Cada segundo é único e não o vou poder ter de novo, cada minuto é um presente que logo se torna passado, cada hora é uma história que se escreve para não mais apagar.
Tenho por vezes rasgos de consciência que me fazem viver o segundo por saber que é meu e o posso usar como quero. Mas quantos segundos nestes anos eu já desperdicei com coisas inúteis, com momentos parados, com situações perdidas, tanta coisa que eu deixei de fazer e agora o momento perdeu-se.
Realmente o tempo é precioso, os anos que vão passando são únicos e tenho de os saber aproveitar bem!
Deixo-vos um texto que me fez pensar em tudo isto...

«A cada um de nós é dado um punhado de tempo para gastar como pudermos. Usamos o que queremos. Desperdiçamos o que queremos. Mas nunca podemos recuperar um dia.»
(Roger Lunden)

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Natal...

Natal...
Época de paz, de prendas, de consumo, de filas, de confusão, de malabarismos com a carteira, de embrulhos, de fitas... Tudo para tornar esta época a "tal", aquela época em que todos se lembram de todos, em que todos desejamos um mundo melhor, em que procuramos ajudar aqueles que precisam.
Secalhar o ideal era mesmo fazer e pensar tudo isso durante 365 dias e não só nestas semanas contudo, mais vale uma vez no ano do que nunca por isso... Que assim seja!
Eu pessoalmente gosto bastante do Natal, gosto de dar prendas e, claro, de as receber! Gosto do jantar em família (já tenho saudades quando nos juntávamos todos em Chaves, alguns 30, isso sim era Natal!!!), gosto dos bolos, gosto do ambiente, gosto das músicas, gosto do Pai Natal.
Esquecendo todo o consumismo e toda a falta de aura que por vezes existe, não deixa de ser uma época bonita e que se deve celebrar com um sorriso! E o sorriso da minha sobrinha de 2 anos quando vê o Pai Natal e abre as prendas é o melhor deste mundo!

terça-feira, dezembro 21, 2004

Finalmente a Dança...

Há uns dias que criei este blog e ainda não falei totalmente da minha experiência com a Dança. Talvez porque é um assunto que me deixa simultaneamente feliz mas muito nostálgica!
Resumindo 15 anos...
Desde pequena que faço desporto, com 6 anos entrei para a Ginástica Rítmica mas, depois de 2 anos e algumas competições percebi que não era bem aquilo que eu queria. Foi então que me mudei para a Dança.
Como definir? Dança Moderna, Dança Contemporânea... Não sei se ajuda a chegar lá. A base de tudo é mesmo o Ballet, que pratiquei em simultâneo com a Dança, até porque só assim se consegue ganhar postura, mas depois... Depois trata-se de improvisar ao som da música. Dulce Pontes, Madredeus, Andrea Bocelli, Emma Shaplin, Era, Yanni, isto só para falar de alguns mais conhecidos porque há um leque de músicas extraordinárias, algumas delas tive oprotunidade de dançar.
Treinos, viagens e mais viagens pelo país e pela Europa, festas, dezenas de espectáculos por ano, diferentes coreografias, fatos bem originais, pinturas, máscaras, luzes, palcos e músicas!!!
Nem consigo descrever o que sinto, cada coreografia são 5 minutos de êxtase completo, felicidade, concentração, cumplicidade.
A pior parte aconteceu há um tempo com o fim do meu Grupo Difásico. Por motivos pessoais a professora - Carla - teve de sair e claro que o grupo não podia continuar porque há certas coisas que só dão certo com "aquelas" pessoas por isso, perder um elemento tornou impossível a continuidade.
Agora já fez mais de um ano que acabou, estou num ginásio e continuo com a Carla mas o Grupo Difásico já não existe. Às vezes, quando nos dá vontade, eu e ela dançamos e até choramos... É um vazio tão grande que ficou em nós. Mas são etapas da vida que vão passando.
A paixão ficou! E continuo a dançar sempre que posso, nem que seja sozinha no meu quarto. Até porque, quem sabe um dia o sonho não se torna novamente realidade!

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Festa de Natal atribulada!

Ontem foi a Festa de Natal da empresa dos meus pais, à qual eu própria estou ligada desde que nasci de forma inevitável. Conheço toda a gente e ajudo na organização de festas há imensos anos.
Nesta época de Natal juntamo-nos todos no Coliseu de Lisboa para assistir ao circo e entregar às crianças as respectivas prendas. Mas este ano foi surpreendentemente diferente, aconteceu de tudo um pouco.
Temos direito a duas sessões uma vez que são milhares de pessoas que se juntam neste dia. Durante a primeira sessão, e logo que o espectáculo começou, houve espectáculo também nas bancadas. Então não é que os adultos decidiram "colorir" a festa das crianças com cenas de pancadaria pura, com direito a sangue, polícia e tudo! É realmente uma vergonha que coisas assim aconteçam, o pior é que tudo aconteceu por causa de um lugar, algo que se resolvia perfeitamente bem sem qualquer problema mas neste mundo parece que existe cada vez menos tolerância entre as pessoas, nem mesmo o Natal acalma!
Depois da situação resolvida lá se continuou com o espectáculo até chegar o intervalo. A distribuição dos lanches pelas crianças também não foi pacífica e, mais uma vez, devido à má conduta dos adultos que, não contentes com a senha a que tinham direito pela sua criança, trataram de fotocopiar dezenas de senhas, enganando as pessoas da organização que no meio da confusão acabavam por dar 8 lanches a uma mesma pessoa. Conclusão: em 2 minutos os lanches acabaram e foram dezenas de crianças a chorar porque não tinham lanche enquanto se viam adultos com os braços cheios. Mais uma vez incompreensível esta falta de honestidade das pessoas que não percebem que é a dividir por todos que podemos ser felizes, sobretudo quando se envolvem crianças inocentes.
Enfim, esta primeira sessão de circo foi tudo menos normal!
Mas não bastava tudo isso ainda houve mais!
Antes de se dar início à segunda sessão houve uma ameaça de bomba no Coliseu! Evacuação das pessoas, dezenas de crianças e bébés ali pelo meio, polícia por todo o lado, uma autêntica confusão bem ao estilo português! Depois de tudo bem revistado chegou-se à conclusão que era falso alarme e, depois de mais de uma hora de atraso, a segunda sessão pode começar, sem mais precalços!
Foi de facto um Natal diferente para todos e só conseguimos realmente relaxar (nós da organização) quando fomos todos jantar e depois caímos na cama, cansados de um dia sem dúvida muuuuuuuuuuuuuuito comprido!

domingo, dezembro 19, 2004

Continuação da Narrativa

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. O objectivo era continuar a narrativa feita anteriormente.

Já passou uma semana desde que o Bruno foi para a clínica, temos falado ao telefone todos os dias, ele diz que está a ser muito difícil adaptar-se aos tratamentos e tem sofrido imenso com as ressacas. Mas diz que a clínica é muito boa e as enfermeiras são sempre muito prestáveis a ajudá-lo.
Hoje de manhã quando me ligou falei-lhe da minha vontade de o ir visitar, tenho vontade de o ver e de estar com ele, de lhe dar força para continuar a suportar aqueles tratamentos para que possa ficar curado logo. Acho que se ele sentir algum apoio do exterior pode ganhar um novo ânimo para continuar. Ele de início mostrou-se renitente em aceitar a minha proposta, disse que estava com muito mau aspecto, que eu não ia gostar de o ver, mas sempre lhe consegui dar a volta ao longo de todos estes anos e, mais uma vez, o convenci que era bom eu ir vê-lo.
Tive uma conversa com o Renato lá na agência, expliquei-lhe a situação, ele sempre foi bastante compreensivo e aberto aos problemas dos funcionários, sempre conduziu a agência com uma grande abertura para que nos sentíssemos todos à vontade. Quando fui à entrevista para o emprego de criativa na agência era muito nova, tinha 21 anos e tinha acabado o meu curso de Publicidade. O Renato foi desde logo bastante simpático, tinha aberto a agência há 2 anos e ainda estava a procurar um lugar de destaque no mercado publicitário, por isso aceitava novos desafios e gostava de se rodear de gente nova com ideias criativas. Ele gostou bastante do meu espírito inovador e da minha total disponibilidade para o trabalho por isso decidiu dar-me uma oportunidade.
Nestes seis anos em que trabalhamos juntos desenvolvemos uma relação de amizade mais do que uma relação chefe/empregada, até porque sou a única que se manteve sempre com ele. Muitos funcionários têm saído e entrado mas eu estive sempre ao lado dele porque acredito nos projectos e nas ideias que ele tem.
A nossa relação de amizade sempre me deixou à vontade para lhe contar os meus problemas. E desta vez precisava da compreensão dele porque o Bruno estava a precisar de mim e da minha atenção e isso iria fazer com que eu perdesse algum tempo de trabalho lá na agência. Disse-lhe que precisava ir visitar o Bruno à clínica e ele concordou comigo de que seria bom por isso dispensou-me pelo resto do dia.
A minha dupla criativa fica completa com a Rita, que trabalha comigo há 5 anos. Ela trata da parte da visualização das campanhas enquanto eu trato da redacção. O facto de partilharmos a nossa rotina diária fez crescer entre nós uma grande empatia, acho que é por isso que as nossas campanhas são sempre as melhores da agência. Pelo menos é com elas que a agência tem ganho alguns prémios internacionais e isso deixa-nos muito contentes e até um pouco vaidosas, devo confessar.
Foi também com a Rita que me tornei vegetariana, tinha sempre muita curiosidade quando a via comer aquelas sandes de ricota e comecei a perguntar-lhe as opções que ela fazia às refeições. Ela decidiu levar-me ao restaurante “Bem-me-quer” que fica ali na Avenida do Cristo-Rei, tem uma vista lindíssima sobre o Tejo e Lisboa. Quando olhei para a ementa fiquei muito baralhada mas a Rita foi-me explicando tudo e foi daqueles casos em que experimentei e gostei. Até hoje procuro seguir uma alimentação mais rica em vegetais, produtos integrais, cereais. Não sigo sempre estas regras, às vezes torna-se impossível encontrar bons locais para comer e outras vezes sou praticamente obrigada a sucumbir à comida portuguesa, sobretudo quando vou almoçar com os meus pais, a minha mãe gosta sempre de fazer comidas mais elaboradas e fica muito aborrecida comigo se faço cara feia e eu também já estou cansada de a ouvir dizer que estou magra, que não me alimento como deve ser… Além disso o meu irmão João adora comer bem por isso nesses dias eu também abro uma excepção e entrego-me àquelas calorias todas. Pelo menos a minha mãe fica toda contente.
A Rita tem acompanhado a minha preocupação com o Bruno e tem-me apoiado bastante quando preciso sair. Mais uma vez é ela que vai ter de segurar as pontas esta tarde quando for visitá-lo à clínica. Temos agora entre mãos uma campanha de automóveis que já está numa fase adiantada por isso sei que não a vou sobrecarregar muito de trabalho.
Ás 15h deixei a agência e peguei no carro em direcção a Sintra onde o Bruno está a fazer o tratamento. Entrei no carro e, por acaso, reparei que tenho o ponteiro da gasolina muito em baixo. Costumo ser sempre distraída com estas coisas, ainda bem que hoje me lembrei de olhar senão ia ficar pendurada no meio do caminho. Vou ter de perder uns minutos ali na bomba da Galp, o que vale é que fica no caminho. Ao parar na bomba aproveitei e comprei uma garrafa de água para ter comigo, esqueci-me da minha lá na agência.
Tenho a sorte de apanhar todos os sinais da Avenida verdes, sim porque quando se apanha um vermelho parece de propósito, nunca mais se consegue apanhar um verde. Ao passar pelo Hospital Veterinário lembrei-me do meu Joli, tenho de lhe ir comprar comida senão logo à noite não me vai largar mas prefiro fazer isso mais logo quando voltar de Sintra.
A estas horas não há trânsito na portagem e atravesso a Ponte sem problemas, finalmente estou no IC19 em direcção a Sintra. Vou cantarolando as músicas da rádio e sem dar por mim já estou à porta da clínica, conduzir tem este efeito de transe em mim. Sempre gostei imenso de conduzir e às vezes até perco o rumo e vou para além do meu destino. Mas desta vez despertei a tempo e estaciono à porta da clínica.
Parece-me um sítio bastante tranquilo, é uma moradia grande com muitas árvores e jardins estupendos. Ninguém diria que se trata duma clínica de desintoxicação, parece mais uma clínica de repouso. Mas na verdade é este ambiente calmo que se pretende. Fico contente do Bruno estar num sítio assim, ele sempre adorou a natureza. Quando éramos miúdos ele ia comigo e com a minha família a Chaves. Os meus pais são duma aldeia lá perto e todos os anos íamos até lá no Verão. Eu levava o Bruno com os meus primos pelos caminhos, andávamos de bicicleta, tomávamos banho no rio. Eram dias estupendos e aquele ar puro deixava-nos com as faces vermelhas e um novo ânimo para voltarmos à escola em Setembro.
É então que vejo o Bruno e acordo das minhas lembranças, está sentado num dos bancos do jardim, calças de ganga e uma camisola vermelha. Como gosto de o ver com aquela cor! Mantém a mesma cara serena e os olhos brilhantes. Quando me vê levanta-se num pulo e corre na minha direcção. Abraça-me forte e brinca com os meus caracóis, como gosto que ele faça isso, quer dizer que não perdeu aquele jeito atrevido.
Reparo que ele está mais magro mas continua com um aspecto bom embora um pouco abatido. Realmente ninguém diria que ele está nesta situação, o seu físico não deixa transparecer quase nada.
- Tinha tantas saudades tuas. Queria tanto ver-te! – Diz-me ele com aquele jeito meigo que só ele tem.
- Eu sei, por isso vim. Também tinha vontade de estar contigo e de te ver. – Respondi-lhe.
- Estás linda e magra como sempre. Ainda não desististe de comer tantas cenouras e alfaces? E deves ter deixado muito trabalho na agência para vires até aqui… – comenta ele sorridente.
- És tão tonto. Sabes bem que não como só cenouras. E não te preocupes com a agência, a Rita trata de tudo. Mas não quero falar de mim, quero falar de ti. Como estás tu aqui? Corre tudo bem?
Ele começou então a contar-me como se processa o tratamento lá na clínica. A dependência física das drogas é tratada recorrendo aos tratamentos de metadona, é quando ele sofre mais, com as ressacas. Diz que sente muito frio, o corpo treme, fica na cama enrolado numa manta até aqueles sintomas desaparecerem.
Não consigo evitar que as lágrimas me caiam pelo rosto ao ouvi-lo relatar aquele sofrimento pelo qual tem de passar. Ele apercebe-se da minha fragilidade e acaricia-me o rosto dizendo sorridente:
- Vá lá não fiques assim, pensar em ti ajuda-me a ultrapassar tudo isto. Eu quero ficar bom depressa para poder estar contigo como antes, nos nossos tempos de adolescentes. Não te vou falar mais desta parte dolorosa.
Fico contente de ver que ele está animado e com muita força de vontade para continuar. Beijei-o com carinho e pedi-lhe então para me contar o que acontece mais. Ele diz que todos os utentes da clínica frequentam também aulas pedagógicas assentes na formação, o que lhes dá um conhecimento aprofundado do problema que os afecta e que os ajuda a compreender melhor o vício. Além disso existem as terapias de grupo, onde podem falar abertamente uns com os outros dos seus medos, vícios e experiências.
O Bruno diz que isso o ajuda muito, saber que há muitas pessoas com os mesmos problemas que ele, e em grupo eles conseguem criar uma força de vontade ainda maior de ultrapassar aquela dependência.
- Estou muito feliz por ver que estás tão animado com este tratamento. Quanto tempo vais ter de ficar aqui já sabes?
- O tempo é sempre incerto, depende de como for reagindo aos tratamentos mas nunca são menos de 2 meses. Mas eu sei que vão passar depressa. Esta semana já me fez muito bem e sinto que estou no caminho certo para ficar bom.
Apareceu então uma enfermeira que veio chamar o Bruno para a hora da reunião. Todos os dias às 17h30 eles se reuniam para falarem em grupo. Estava a chegar a hora de me despedir dele, de o deixar continuar o seu percurso ali, mas estava mais tranquila por ver que ele estava a aceitar tudo aquilo duma forma tão boa.
- Bem parece que vais ter de ir embora.
- Pois, é verdade. Mas eu agora venho-te visitar mais vezes está bem? Tu próprio disseste que gostavas de me ver.
- Claro que sim. Quero-te aqui ao pé de mim sempre que puderes, mas vê lá não te esqueças dos teus trabalhos lá na agência. O Renato é capaz de começar a ficar chateado se faltares muito.
- Não te preocupes, com o Renato eu entendo-me bem.
- Então posso continuar a contar contigo?
- Sempre Bruno. Vou estar sempre ao teu lado.
Abraçámo-nos demoradamente. É sempre tão bom senti-lo junto de mim, o calor dos nossos corpos alimenta a paixão que está a renascer em nós. Ele beijou-me apaixonadamente, brincou com os meus caracóis e depois partiu, olhou para trás e sorriu-me antes de entrar na clínica.
Enquanto regressava ao carro fui acalmando o meu coração. Não podia conduzir naquele estado. Reparei numa pastelaria ali ao lado e resolvi ir até lá, às vezes não consigo resistir à tentação duma bela bola de Berlim e sei que isso me ia trazer de novo à realidade. Sentada naquela esplanada, de frente para a clínica e enquanto comia a minha bela bola de Berlim lembrei-me da campanha dos automóveis, lembrei-me da comida do Joli que tinha de ir comprar, do trânsito à hora de ponta em Lisboa, da fila para a Ponte. Fiz a minha cabeça regressar à rotina, às preocupações, à vida normal.Entrei no carro, liguei o rádio e cantarolei até casa.

Construção de uma narrativa

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. O objectivo era construir uma narrativa a partir de algumas frases soltas retiradas de um texto de Gabriel Garcia Marquez.

- Vou contar-te a verdade. Simplesmente a verdade.
Foi assim que o Bruno se dirigiu a mim da última vez que falámos. Ele tinha-me ligado uns minutos antes, muito angustiado, e disse que precisava de falar comigo com urgência. Falei com o Renato e disse-lhe que tinha de sair mais cedo da empresa porque tinha assuntos pessoais para resolver, ele, como sempre, foi muito atencioso e deixou-me sair. Peguei no carro e fui a correr ter com o Bruno ao sítio de sempre, aquela rocha na Praia da Vila onde nos sentamos e podemos ver o mar, ouvir as ondas a bater nas rochas, sentir o cheiro da maresia.
Tínhamos 15 anos quando descobrimos aquele lugar, escrevemos o nosso nome na rocha e desde então aquele passou a ser o nosso esconderijo, ali partilhamos tudo, bons momentos, grandes problemas, até o nosso primeiro beijo. Ainda hoje com 27 anos continuamos a encontrar-nos ali.
Quando me telefonou senti na voz dele que precisava mesmo de mim, algo se devia ter passado para ele estar assim. Somos amigos desde infância, conhecemo-nos muito bem, já fomos íntimos e agora mantemos uma relação de amizade profunda. Quando precisamos de um conselho, uma palavra amiga, um sorriso, corremos logo um para o outro, é como se fosse uma necessidade básica, como se só conseguíssemos sentir e resolver as coisas quando as partilhamos um com o outro.
Quando lá cheguei ele já lá estava sentado, estava despenteado e com umas calças pretas rasgadas e uma camisola cinzenta larga, não era nada habitual vê-lo assim, ele costuma gostar de se arranjar, de por gel no cabelo, vestir a roupa da moda. Apressei-me a ir ter com ele, o assunto devia ser mesmo sério.
Aproximei-me, pus a mão sobre o ombro dele e disse:
- Bruno… Em que estás a pensar?
- Nada – respondeu-me ele, com um certo desencanto – Sonhava.
- O que se passa contigo? O que aconteceu? – Insisti.
Ele virou-se para mim, os seus olhos castanhos penetraram nos meus, com as mãos agarrou-me pelos braços e abraçou-me com força, senti o calor dos nossos corpos aumentar. Foi então que ele me disse:
- Vou contar-te a verdade.
Simplesmente a verdade.
As palavras que ouvi depois ainda agora me acompanham com a mesma intensidade. Como foi possível eu não ter reparado? Como podia ele estar tão mal e eu não ter visto, não o ter ajudado? Naquele instante senti-me completamente inútil, impotente. Saber que o meu grande amigo estava assim, viciado, há 2 anos que era toxicodependente e estava envolvido com o mercado negro da droga, e eu, cega, nunca tinha dado conta do estado dele. É verdade que não estamos todos os dias juntos mas falamos imensas vezes por dia, eu devia ter reparado.
Acompanhei tudo o que ele me contou com imensa atenção, ele estava decidido a tratar-se e isso era o mais importante. Eu dei-lhe todo o apoio, até lhe disse que ia com ele à clínica mas ele preferia seguir esse caminho sozinho para sentir que era realmente capaz.
Depois dessa conversa resolvemos passar o resto do dia juntos, aproveitar aqueles últimos momentos antes dele ir para a clínica. Andámos um pouco pela praia e depois fomos até minha casa. Fiz salsichas com batatas cozidas, uma combinação algo estranha mas o Bruno sempre gostou, diz que o fazia lembrar da mãe. Eu nunca gostei muito desse tipo de comida, sempre fui muito preocupada em manter a linha por isso tornei-me vegetariana há 5 anos, por influência da minha amiga Rita que já o era.
Desde novo que o Bruno perdeu os pais num acidente de viação, sem irmãos, ele tinha nos amigos o único ponto de abrigo e eu era a grande companhia dele mas desta vez não o tinha ajudado, não tinha estado ao seu lado. Mas agora estava decidida a acompanhá-lo, a ajudá-lo a ultrapassar este problema, a trazê-lo de novo à vida real. Conversámos bastante, há um tempo que tinha largado o emprego de segurança e isso deixou-o com mais tempo livre para se envolver com gente perigosa que o levara por maus caminhos.
Quando anoiteceu chegou a hora de ele ir embora, a entrada na clínica era feita a partir das 21h e ele já tinha tudo pronto para ir. Mais uma vez lhe demonstrei todo o meu apoio e dei-lhe força para seguir em frente. Aquele era o caminho certo e não podia deixar que o meu amigo se perdesse novamente.
Levantámo-nos do sofá e fomos até à porta, olhamo-nos olhos nos olhos e senti um arrepio em todo o corpo, estava nervosa de o ver partir, ansiosa que ele voltasse logo, curado. Ele passou as mãos pelos meus cabelos pretos, sempre gostou de brincar com os meus caracóis, e eu pus as mãos na cara dele, senti a barba por fazer, os lábios grossos, o cabelo forte. Abraçámo-nos por longos momentos, sem falar, era uma forma de eu lhe dar força e dele se sentir protegido por mim. Ele deu-me um beijo demorado na face e eu, num impulso, beijei-o na boca. Senti que o nosso amor de adolescentes estava a renascer. Ele sorriu, abriu a porta e saiu.
Eu regressei ao sofá à espera de um milagre que fizesse voltar tudo à ordem devida.

sábado, dezembro 18, 2004

Os Gatos de Betty

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. O objectivo era reproduzir um diálogo de duas amigas acerca dos gatos de uma delas.

Martha aproximava-se mais uma vez daquele atrelado. O terreno baldio que o rodeava, cheio de ervas e mato, tornava ainda mais deprimente o degradado estado da caravana de Betty. Uma vez mais iria tentar falar com a amiga, o cheiro insuportável dos gatos que esta acolhia tinha mais uma vez levado os vizinhos a fazer queixa e o atrelado corria o risco de voltar a ser confiscado.
Betty abriu a porta ainda de pijama, o que deixava transparecer a sua figura esguia, a sua face marcada pelo tempo tinha um ar inchado de quem acabara de acordar. Assim que viu a pequena figura de Martha à sua frente enervou-se e desatou a berrar com ela, como sempre fazia.
Betty tinha estacionado ali a sua caravana há uns anos, o passado turbulento deixara-a amargurada com a vida e com as pessoas e era no sossego do seu atrelado e na companhia das dezenas de gatos que recolhia que encontrava alguma tranquilidade. Martha e Lois, colegas de trabalho e moradoras na mesma rua, sensibilizaram-se com a sua situação e foram-se aproximando, criando com Betty alguns laços de amizade. Martha era uma jovem de 27 anos, solteira, trabalhadora, a sua figura pequena e cheia fazia com que tivesse alguns complexos, no entanto, era uma mulher coerente e calma que se preocupava com Betty e gostava de a ajudar. Lois era o oposto de Martha, no auge dos seus 25 anos, mantinha uma figura extremamente elegante, os seus longos cabelos loiros e os olhos verdes faziam-na uma mulher muito vaidosa. Martha falara-lhe de Betty e também ela se sensibilizara com a sua situação, no entanto, era impaciente com os desvarios desta e começava a não suportar o odor que os gatos causavam ali na zona.
Ali estava agora Martha, mais uma vez, a tentar chamar a atenção de Betty para a sua situação, mas o diálogo entre as duas não tinha nada de fácil, por mais que Martha procurasse chamar Betty à razão esta preocupava-se com outros pormenores como o desnível do seu atrelado, impaciente com as preocupações que a amiga lhe demonstrava.
Um vento frio soprava naquele início de Inverno fazendo esvoaçar os caracóis de Martha e causando em Betty um arrepio de frio por todo o corpo. Aos 34 anos, Betty era já uma mulher muito marcada, com uma figura frágil e demasiado franzina, a face aparentava uma idade que não tinha, as rugas, o cabelo já um pouco grisalho e sempre despenteado, o pouco cuidado que tinha consigo mesma tornava-a numa figura esquecida pelo mundo.
Martha conseguia sempre manter a sua tranquilidade, tentando compreender a impaciência de Betty. Mais uma vez se oferecia para juntas limparem o atrelado, talvez assim o cheiro dos gatos não se tornasse tão intenso e desagradável. Esta surgia como a única solução viável uma vez que Betty recusava-se a pés juntos a desfazer-se dos seus gatos. Eram estes que lhe faziam companhia e os únicos que Betty sentia que realmente precisavam dela por isso pô-los na rua era algo que ela jamais conseguiria fazer.
Aquele era apenas mais um diálogo em que Martha procurava despertar o cuidado de Betty mas, mais uma vez, a desatenção desta e a sua completa despreocupação tornavam as coisas extremamente difíceis e Martha saíra dali uma vez mais com a sensação de que não havia nada a fazer.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Corta-paciência

Hoje quero partilhar algo que acontece com frequência no meio de transporte que eu utilizo todos os dias para ir até à universidade - o belo barco da Transtejo.
Então não é que há pessoas que acham que o melhor local para cortar as unhas é o barco, um sítio público utilizado por centenas de pessoas.
É de dar cabo da paciência às 07h42 ter de ouvir o irritante barulho do corta-unhas a aniquilar uma por uma as dez unhas das mãos de alguém.
POR FAVOR, cortem as unhas em casa!

quinta-feira, dezembro 16, 2004

«Cão como nós»

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. Tratava-se de uma carta dirigida ao autor do meu livro preferido, assim, dirigi-me a Manuel Alegre, autor do livro «Cão como nós».

Obrigada pelo livro «Cão como nós».
Desconhecia por completo a tua obra, aliás, acho mesmo que nunca iria comprar nada teu. Mas uma grande amiga minha, aquelas pessoas que nos conhecem até a alma, ofereceu-me este livro e garantiu-me que eu ia adorar.
No mesmo dia em que ela me deu o livro eu li-o todo, duma só vez, o título despertou-me curiosidade e tudo o que se possa relacionar com cães prende-me a atenção por completo.
O evoluir da história foi para mim um crescendo, vai aumentando a ansiedade, a alegria, o sofrimento, a dor... Uma mistura de sentimentos que mexeu imenso comigo. A história do Kurika, o seu jeito de cão rebelde e desobediente, o seu amor aos donos, a sua doença, a sua luta pela vida, o seu fim, tudo me faz lembrar o meu cão Jimmy, no seu jeito igualmente rebelde e desobediente mas felizmente sem qualquer doença.
A capacidade que o Kurika teve em conquistar o amor do dono, em tornar-se indispensável naquela família, em ser mesmo o centro das atenções. E impossível dissociá-lo do meu Jimmy.
Foi o primeiro livro que me fez chorar, dos muitos que já li alguns mexeram comigo, emocionaram-me, mas este, este foi diferente, acabei o último capítulo lavada em lágrimas só de pensar na dor que se sente quando se perde o nosso melhor amigo.
Achei este teu livro fantástico, aqueles últimos capítulos, o pormenor da descrição do momento da morte do Kurika, a dor da família por perdê-lo, é impossível ficar indiferente. Sei que o facto de também ter um cão faz de mim uma pessoa mais susceptível de me emocionar porque basta apenas imaginar que o mesmo se possa passar comigo para me sentir completamente perdida.
Os cães têm em nós esse poder, o poder de nos conquistar, de nos fazer amá-los como se fossem realmente um de nós, de se tornarem indispensáveis na nossa rotina diária.
O facto de o sentires sempre por perto, mesmo ele estando ausente, também me emociona, continuares a partilhar com ele as tuas histórias e os teus sentimentos, continuares a senti-lo a chamar por ti, continuares a senti-lo deitado aos teus pés. E de facto transcendental o amor que se pode sentir por um cão. «Um cão que não queria ser cão e era cão como nós.».
Obrigada por partilhares esse teu sentimento connosco leitores, obrigada por me fazeres sentir que há no mundo pessoas que podem gostar assim tanto do seu cão como eu gosto, obrigada por me fazeres acreditar que mesmo quando o meu Jimmy partir, o poderei sentir junto de mim, todas as noites, deitado ao meu lado.
Um abraço.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Sinais Vermelhos

Ai como eu odeio aqueles sinais...
Todos os dias pela manhã tenho de atravessar uma avenida com mais de 10 semáforos e fico furiosa quando os apanho todos vermelhos, ainda por cima parece de propósito, sempre que tenho mais pressa, quando estou mais atrasada, é quando eles combinam todos e teimam comigo ficando todos vermelhinhos... Mesmo quando eu estou quase a passar!
Eu até sou do Glorioso mas nestas alturas não me importo nada de encontrar algum verde pela frente!
Hoje foi um dia particularmente irritante porque não houve um único que me fizesse a vontade e apanhei com eles todos, mas mesmo TODOS, vermelhos.
Bem... Não há nada a fazer a não ser parar porque apesar de irritada sei que tenho de continuar a cumprir o código da estrada...

terça-feira, dezembro 14, 2004

Our Farewell

In my hands
A legacy of memories
I can hear you say my name
I can almost see your smile
Feel the warmth of your embrace
There is nothing but silence now
Around the one I loved
Is this our farewell?

Sweet darling you worry too much, my child
See sadness in your eyes
You are not alone in life
Although you might think that you are

Never thought this day would come so soon
We had no time to say goodbye
How can the world just carry on?
I feel so lost when you're not at my side
There is nothing but silence now
Around the one I loved
Is this our farewell?

Sweet darling you worry too much, my child
See sadness in you eyes
You are not alone in life
Although you might think that you are

So sorry your world is tumbling down
I will watch you trough these nights
Rest your head and go to sleep
'Cause my child this is not our farewell
This is not our farewell

(by Within Temptation)

segunda-feira, dezembro 13, 2004

O dia em que a terra tremeu

Como nunca tinha sentido nenhum, é de registar que hoje senti o sismo que houve! Não que tenha sido nada de extraordinário, aliás, na altura pensei que estava meio doida, mas depois percebi que não, uma mensagem de telemóvel fez-me sentir que não fui a única a tremer juntamente com o nosso pequeno país!
É nestes momentos que me apercebo de como somos pequenos, achamos que podemos controlar tudo mas a qualquer momento algo bem maior que nós pode destruir tudo e em poucos segundos.
Ainda bem que foi pequeno, ainda bem que esteve dentro da actividade sismíca normal. Só espero que continuem pequenos!!!

Pessoas

Pessoas...
Tantas pessoas há neste mundo, uns conhecemos, outros imaginamos, outros nem sabemos que existem mas todos cá estão e todos vivem por algum motivo.
Hoje estive com alguém que não via há um bom tempo e apercebi-me da importância que as pessoas têm nas nossas vidas, mesmo que por vezes não lhe queiramos dar essa importância. São as pessoas que nos fazem rir, chorar, aborrecer, falar, dançar, sonhar, viver!
Tantas pessoas que eu já conheci e de quem nunca mais soube nada... Muitas delas surgem vagamente na minha memória, outras têm lugar cativo porque me deixaram grandes lembranças, outras partiram deste mundo sem se despedirem de mim, mas aquelas que quero tentar conservar além das lembranças são as que continuam a partilhar comigo o meu dia-a-dia e com essas quero viver bons momentos, e maus se assim tiver de ser...
Pessoas. Incrível como são indispensáveis!

domingo, dezembro 12, 2004

Mail Diferente

No meio de muitos mails sem grande importância, daqueles que só nos fazem rir, às vezes aparece um diferente, um que chama mais a atenção pelo conteúdo. Este foi um desses mails que recebi e de que gostei bastante.
Não sei quem escreveu, não vinha atribuído a ninguém, não sei se será de algum livro ou uma citação de alguém conhecido. A verdade é que é um texto curto mas que diz muita coisa.
É tão verdade o que aqui está escrito, são tantas as ilusões que crio dentro de mim e na verdade nunca nada nem ninguém me pertenceu. O facto é que carrego tudo comigo, muitas vezes me lembro de pessoas, momentos, lugares... E a única certeza que posso ter é que essas lembranças ninguém me pode tirar.
Obrigada a todos os que já partilharam momentos comigo, os bons e os maus. Os bons porque me fazem sorrir, os maus porque me dão força para continuar.
Deixo-vos o texto para que possam também pensar sobre ele...

«E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.»

sábado, dezembro 11, 2004

Jimmy

Há 21 anos que sonho contigo
Há 8 anos que te tenho
Há 8 anos que aprendi a amar-te
Há 8 anos que te faço festas
Há 8 anos que passeamos juntos
Há 8 anos que me proteges
Há 8 anos que me aqueces
Há 8 anos que fazes parte de mim
Que muitos anos ainda venham contigo ao meu lado!
ADORO-TE JIMMY

sexta-feira, dezembro 10, 2004

«Como Água Para Chocolate»

Bom livro. Acabei hoje de ler e gostei bastante.
A mistura de receitas com uma história de vida sofrida e um amor proibido são ingredientes que fazem deste livro algo de diferente.
Nunca tinha lido nenhum livro de Laura Esquivel e este deixou-me com um bichinho de curiosidade para conhecer outras obras da autora.
Gastronomia, Amor, Família, Tradição são temas tratados de uma forma envolvente e que me deixaram com água na boca para percorrer todos os meses do ano em poucos dias.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

O Início!

Vamos lá começar...
Blog... Não sei muito bem no que isto vai dar mas não custa nada tentar... Só espero que resulte em algo agradável para mim, por partilhar ideias e pensamentos, e para quem lê.
O nome - a última dança - surgiu da minha paixão de miúda, a dança sempre fez parte de mim, desde os 6 anos que danço e hei-de ir embora deste mundo a dançar... Sabe bem, deixa-me feliz e faz-me sentir totalmente livre.
Mas isso fica para conversas futuras...
Inté