quinta-feira, dezembro 16, 2004

«Cão como nós»

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. Tratava-se de uma carta dirigida ao autor do meu livro preferido, assim, dirigi-me a Manuel Alegre, autor do livro «Cão como nós».

Obrigada pelo livro «Cão como nós».
Desconhecia por completo a tua obra, aliás, acho mesmo que nunca iria comprar nada teu. Mas uma grande amiga minha, aquelas pessoas que nos conhecem até a alma, ofereceu-me este livro e garantiu-me que eu ia adorar.
No mesmo dia em que ela me deu o livro eu li-o todo, duma só vez, o título despertou-me curiosidade e tudo o que se possa relacionar com cães prende-me a atenção por completo.
O evoluir da história foi para mim um crescendo, vai aumentando a ansiedade, a alegria, o sofrimento, a dor... Uma mistura de sentimentos que mexeu imenso comigo. A história do Kurika, o seu jeito de cão rebelde e desobediente, o seu amor aos donos, a sua doença, a sua luta pela vida, o seu fim, tudo me faz lembrar o meu cão Jimmy, no seu jeito igualmente rebelde e desobediente mas felizmente sem qualquer doença.
A capacidade que o Kurika teve em conquistar o amor do dono, em tornar-se indispensável naquela família, em ser mesmo o centro das atenções. E impossível dissociá-lo do meu Jimmy.
Foi o primeiro livro que me fez chorar, dos muitos que já li alguns mexeram comigo, emocionaram-me, mas este, este foi diferente, acabei o último capítulo lavada em lágrimas só de pensar na dor que se sente quando se perde o nosso melhor amigo.
Achei este teu livro fantástico, aqueles últimos capítulos, o pormenor da descrição do momento da morte do Kurika, a dor da família por perdê-lo, é impossível ficar indiferente. Sei que o facto de também ter um cão faz de mim uma pessoa mais susceptível de me emocionar porque basta apenas imaginar que o mesmo se possa passar comigo para me sentir completamente perdida.
Os cães têm em nós esse poder, o poder de nos conquistar, de nos fazer amá-los como se fossem realmente um de nós, de se tornarem indispensáveis na nossa rotina diária.
O facto de o sentires sempre por perto, mesmo ele estando ausente, também me emociona, continuares a partilhar com ele as tuas histórias e os teus sentimentos, continuares a senti-lo a chamar por ti, continuares a senti-lo deitado aos teus pés. E de facto transcendental o amor que se pode sentir por um cão. «Um cão que não queria ser cão e era cão como nós.».
Obrigada por partilhares esse teu sentimento connosco leitores, obrigada por me fazeres sentir que há no mundo pessoas que podem gostar assim tanto do seu cão como eu gosto, obrigada por me fazeres acreditar que mesmo quando o meu Jimmy partir, o poderei sentir junto de mim, todas as noites, deitado ao meu lado.
Um abraço.

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