terça-feira, maio 31, 2005

Paixão

As dores de barriga começavam alguns minutos antes.
Os últimos preparativos na roupa e na maquilhagem.
Mesmo tendo saído da casa de banho naquele instante, aquela vontade incrível voltava segundos antes de entrar no palco.
As luzes apagavam.
Uma voz soava anunciando: Grupo Difásico.
Era o momento.
Agora não podia mais fugir.
Mas ela não queria fugir, aquele era o momento dela.
Nada mais importava: a casa de banho, a maquilhagem, até a roupa podia rasgar que ela não dava conta.
Ali era só ela, o palco, as luzes e a música.
Ali era feliz.
Ali havia paixão.

Eu sei

Eu sei que devia estar a estudar.
Eu sei que não me devia distrair com outras coisas.
Eu sei que os exames ninguém os faz por mim.
Eu sei que preciso mesmo ir estudar.
Mas eu também sei que, daqui a pouco, eu vou estudar!

segunda-feira, maio 30, 2005

Momentos

Momentos solitários.
Momentos tristes.
Momentos melancólicos.
Momentos perdidos.
Momentos vazios.
Momentos.

Momentos Felizes


domingo, maio 29, 2005

Música

1) Tamanho total dos arquivos no meu computador?
Confesso que não sei o tamanho certo mas, no meio de milhares de fotos e músicas, devo ter um arquivo considerável.

2) Último disco que comprei:
Esta viagem ao Brasil viciou... Foi um CD de axé/samba.

3) Canção que estou a escutar agora:
"Eu sei", de Sara Tavares.

4) Cinco canções que ouço frequentemente ou que têm algum significado para mim:
(é muito difícil escolher)

- "Eu Sei" de Sara Tavares, porque me faz chorar mas limpa-me a alma.

- "Nossa Canção" de Vanessa Matta, porque é de facto a "nossa" canção.

- "Our Farewell" dos Whitin Temptation, por ser um sonho inacabado.

- "Gabriel" dos Lamb, por ser um sonho realizado.

- "Eu Fico" do Babado Novo, porque o Brasil vai ficar para sempre comigo.

- e tantas, tantas outras...

5) Lanço o testemunho a outros cinco bloggers:
à
Elsa.
à
Lígia.
à
Tânia.
à
Madalena.
à
Mónica.

sábado, maio 28, 2005

PARABÉNS

Ainda bem que pude partilhar contigo mais um aniversário.
Foi uma noite muito divertida.
Estarmos todos juntos para o ano seria muito bom sinal.
Um resto de dia feliz André!


Acabar bem o dia

Se o dia começou bem, acabou ainda melhor!
Uma festa de aniversário em casa, amigos e muita animação é tudo o que se pode pedir.
O anfitrião soube receber.
A comida e os doces estavam super bons.
A companhia era animada.
A presença de certos colegas que se tornaram amigos é, todos os dias, uma descoberta. Há pessoas que partilharam comigo quatro anos de curso e só agora tenho oportunidade de conhecer melhor. Bate uma nostalgia quando penso que posso não partilhar mais estes momentos, mas acredito que nos vamos encontrar mais vezes.
As minhas grandes descobertas: Carolina e Catarina; as minhas eternas Kaira e Elsa; o meu querido Zé Luiz; o eterno delegado mas, sobretudo amigo, André; o meu amigão Vitor. Quero continuar a partilhar com vocês muitos bons momentos.

sexta-feira, maio 27, 2005

Começar bem o dia

Acordar cedo e começar o dia no ginásio deixa-me com um ânimo e um humor estupendos.
Devia fazer isto todos os dias!
A ver se me habituo porque entrando na rotina fica muito mais fácil.

quinta-feira, maio 26, 2005

Banda Sonora

A calma que sente cada vez que escuta é mais do que paz...
O corpo descansa, a mente viaja e ela sente-se realmente tranquila. Desde pequena que a música a faz sentir assim, desde pequena que a música desperta o que ela tem de melhor. Não encontra sentido nas coisas sem música. Tudo tem uma banda sonora: o amor, a paixão, os amigos, a alegria, a saudade, a tristeza, a melancolia...
É assim que constrói a vida e é assim que lhe dá som.

quarta-feira, maio 25, 2005

Dois meses já passaram

Dois meses que parecem ontem...
Dois meses que parecem mil...
Dois meses que acumulam saudade...
Dois meses de sonhos contínuos...
Dois meses de vontade de voltar...
Dois meses de vontade de fugir...
Dois meses que passaram a correr...
Dois meses que queria andar para trás...
Dois meses sem o meu Brasil...

Estudo

Em breve vão começar as frequências e os exames. Vai ser uma época de muito estudo, como sempre.
A preguiça para estudar, a ansiedade de cada dia de exame, a esperança de que corra tudo bem, a espera pelas notas.
O stress dos estudantes!

terça-feira, maio 24, 2005

Como quem chama por mim

“Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
E a chuva não bate assim...”

Chegou o dia temido

Eu sei que este dia ia chegar.
Nunca quis pensar nele, e mesmo hoje continuo a não querer pensar.
Não quero dar tempo a mim mesma de imaginar como será de agora em diante.
Saber que nunca mais vou estar sentada ali com vocês dói muito, no fundo do meu coração.
Saber que não vou mais ouvir gargalhadas de alguns colegas também dói.
Saber que não vou ver mais certas caras custa muito.
Há etapas na vida que eu não queria ultrapassar.
Sei que a vida continua mas eu, sinceramente, tenho medo de continuar e queria ficar aqui, neste lugar, com vocês ao meu lado, por muito e muito tempo.



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segunda-feira, maio 23, 2005

Inevitável

Duas noites mal dormidas mas muito bem aproveitadas!
Era inevitável faltar hoje às aulas, depois de tanta festa e tantos pulos eu sabia que não ia aguentar sem descansar. E a verdade é que ainda não dormi o que preciso. Fico chateada por ter de faltar mas foi um fim-de-semana em grande e uma excepção de vez em quando sabe bem!
Viva o Baile de Finalistas, os meus colegas e a música que me fizeram dançar a noite toda.
Viva o Benfica que me fez passar a noite em claro mas com muita alegria!

Grande Festa

Mal o jogo acabou fui logo para a Catedral comemorar a vitória no campeonato. Depois de tantos anos, este campeonato merecia ser comemorado em grande festa.
Milhares de pessoas.
Milhares de carros.
Bandeiras e cachecóis.
Alegria e felicidade.
Todos os benfiquistas estavam fora de si.
Muita música e muita ansiedade esperava a chegada dos grandes heróis. E então foi a apoteose! Pena a falta de civismo de alguns adeptos que obrigou a festa a terminar mais cedo. No entanto, foi uma noite grande para um clube ainda maior!


domingo, maio 22, 2005

BENFICA CAMPEÃO

Valeu a pena acreditar!



Foi bom!

Os vestidos eram elegantes.
Os penteados eram bonitos.
Todas as pessoas estavam felizes.
Era o nosso Baile de Finalistas!
Cheguei à espera de uma grande noite e foi, de facto, uma noite excelente. O jantar foi muito bom, até bacalhau eu comi! Sim porque eu não gosto de bacalhau... E depois a festa foi melhor ainda. Não parei de dançar um só minuto, acho mesmo que dancei horas e horas sem nem dar conta. Ainda me dói as pernas de tudo o que pulei. E acho até que estou sem voz de tudo o que gritei (sim porque cantar não é bem o meu dom!).
A companhia também era excelente: Lígia, Madalena, Susie, Catarina, Mónica, Margarida, Sónia, Ana... Dançámos muito e divertimo-nos ainda mais.
Foi uma noite cinco estrelas que vai deixar muitas saudades desta vida universitária. Só espero poder repetir ao longo dos anos!
E claro não posso deixar de referir a fantástica família que me recebeu depois. A minha Chica Brava é uma querida e é sempre bom recordar convivências de outras viagens!

sábado, maio 21, 2005

Baile de Finalistas

Hoje vai ser a noite do Baile de Finalistas. Uma noite que se quer de gala: com roupa, local e refeição à altura.
Mais uma vez vou estar presente, na esperança de ser uma noite inesquecível com a companhia de bons amigos que criei durante este curso. Quando voltar prometo contar os pontos altos da festa.

Formas Simples de dizer Palavras Verdadeiras







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Mais do que uma irmã

Na vida não podemos escolher família. Pais, irmãos, tios, primos... Todos nascem connosco e o sangue diz que são a nossa família. No entanto, ao longo da vida, há pessoas que se tornam mais importantes do que muitos parentes de sangue.
Eu tive a felicidade de encontrar alguém que é mais que uma irmã e que eu adoro muito!
Obrigada por tudo Kau!

sexta-feira, maio 20, 2005

O Tempo

Só agora começa a entender.
O tempo passa, os anos correm e nunca tinha parado para pensar que nada espera por ela.
Sabe que não aproveitou tudo o que podia, mas tem consciência que tem tido uma vida feliz.
Há momentos que nunca esquecerá.
Há momentos que se arrepende de não ter vivido.
Há momentos que queria repetir.
Sabe que nada disso é possível por isso, segue em frente tentando não perder nem um segundo no correr deste rio.

quinta-feira, maio 19, 2005

Troca de ideias

Eu sabia que ia ser muito difícil encontrar sapatos à minha medida. É sempre assim! Andei horas na rua e nada. Conclusão: não comprei sapatos, resolvi mudar de ideias. Em vez de procurar os sapatos e aproveitar roupa que já tinha... Comprei roupa e aproveito sapatos que já tenho! É assim, tenho que me adequar a cada situação!

Sapatos

Sempre fui muito complicada a comprar calçado, e hoje vai ser difícil.
Tenho de encontrar uns sapatos com uma série de características específicas: cor, altura, modelo, etc., etc., etc.
Só espero encontrar algo que me agrade para não ficar chateada e, sobretudo, triste. A Peter Pan e a Chica Brava vão comigo, a ver se com mais opiniões tudo se torna mais fácil.
Lá vamos nós em busca dos sapatos Cinderela!

Último dia mas não o fim

Sei que hoje é o último dia de aulas na cadeira de Seminário.
Sei também que este blog foi criado para avaliação nessa disciplina.
No entanto, este não vai ser o último dia da minha viagem no mundo dos bloggers. Quero continuar a escrever, talvez não todos os dias, mas sempre que me apetecer vou deixar as minhas palavras.
Espero continuar a ter muitos visitantes.

Sonhos Perdidos II

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa e Interactiva. O objectivo era criar momentos passados e futuros na história já construída.

Edilson é o mais velho de cinco irmãos. Vive na pequena vila de Pipa, no nordeste brasileiro, com a sua mãe Olinda e os seus quatro irmãos: Marcelo de 15 anos, Jessica de oito, Robson de sete e a pequena Maria com cinco anos. A casa que habitam é bastante precária. Tem luz mas não existe saneamento básico e a água não é potável. Fica à beira da estrada que Edilson percorre todos os dias a pé para ir até à Pousada Império do Sol. Trabalha ali como motorista das “vãs” que transportam diariamente centenas de turistas até ao centro da vila, que fica a 20 minutos.

A maioria dessas pessoas é portuguesa, sobretudo jovens que em determinadas alturas do ano invadem aquela zona em busca de alguns dias de praia e calor. Muitos deles têm a idade de Edilson, 20 anos, no entanto, são jovens com condições de vida bem diferentes.

Sempre que os transporta, Edilson sonha com o dia em que poderá também ele conhecer outros países, outras culturas, ter uma vida melhor com estudos e um trabalho mais bem remunerado. Teve de começar a trabalhar cedo demais para poder ajudar a mãe com as despesas da casa e a alimentação dos irmãos. Nunca conheceu o pai mas o seu padrasto, Jeremias, foi assassinado quando ele tinha 15 anos; a sua irmã Maria tinha acabado de nascer e era necessário dinheiro para poderem comprar o leite. Edilson teve de largar a escola e começar a ajudar num restaurante da vila, até ter idade para tirar a carta e começar a trabalhar como motorista da Pousada Império do Sol.

Recorda como se fosse hoje aquele momento. Tinha acabado de chegar a casa das aulas quando deparou com o cenário: Jeremias estava morto no chão da cozinha. Aparentemente, tinha sido assassinado por um grupo de homens a quem estava a dever algum dinheiro. Edilson não sabia como explicar à mãe quando esta chegasse com os seus irmãos. Tinham ido todos ao médico no centro da vila para saber como evoluía a Maria, que tinha apenas 12 dias de vida. Olinda apanhou um choque quando soube de tudo. Ficou muito preocupada com as despesas da casa. Foi então que pediu ao seu filho mais velho que fosse trabalhar para poder ajudar.

Enquanto está na Pousada, Edilson tem oportunidade de conviver com os jovens de várias nacionalidades, mas é com os portugueses que se dá melhor: a facilidade na linguagem é um dos principais motivos. Pergunta várias vezes como é a vida em Lisboa e sonha com a oportunidade de conhecer essa cidade que povoa o seu imaginário.

O último grupo que esteve na Pousada era bastante efusivo e Edilson não conseguia deixar de pensar neles quando partiram. Deixaram-lhe endereços de Portugal e e-mails que resolveu utilizar para perguntar mais coisas sobre a cidade de Lisboa. Na sua mente ele acreditava que poderia conseguir uma vida melhor se fosse para Portugal trabalhar. De lá, poderia mandar dinheiro à sua mãe e, ao fim de poucos anos, regressaria com uma melhor estabilidade financeira que lhe permitisse voltar a estudar, comprar uma casa melhor e seguir vida no seu país.

Olinda não aceitou de início esta ideia. Pensar no seu filho longe de si, num país tão distante, deixava-a preocupada e com medo que algo acontecesse sem que ela soubesse. Iria ter muitas saudades daqueles olhos de mel e da sua ternura para com ela e os irmãos. No entanto, Edilson não desistiu de falar com a mãe, todos os dias conversavam sobre esse assunto e, aos poucos, ela foi aceitando melhor as ideias do filho que se mostrava muito empenhado em viajar até Portugal.

Foi no dia 24 de Março que embarcou no avião. Edilson só conhecia este transporte das imagens que via na televisão do café. Quando chegou ao aeroporto de Natal as suas mãos suavam frio, tinha dores terríveis no estômago e os olhos povoados de lágrimas por deixar a sua mãe e os seus irmãos para trás. No coração levava uma pequena alegria e sobretudo muita esperança num futuro melhor. Porém, a saudade já começava a apertar; deixar a sua família e todos os momentos bons que conseguiam viver no seio da sua simplicidade, era muito difícil. Abandonar a mãe e os irmãos custava-lhe muito, sobretudo sabendo que era ele quem sustentava a maior parte das despesas. No entanto, acreditava que de Portugal conseguiria mandar mais dinheiro.

O seu lugar ficava na janela, mas Edilson não suportava olhar para baixo. Sentia-se demasiado alto e só via água, por isso permaneceu quieto as sete horas de voo. Não falou com ninguém, só com as comissárias de bordo à hora das refeições e para pedir ajuda com a porta da casa de banho que teve de utilizar uma vez só, porque estava mesmo aflito.

Levava consigo a única mala que o aconselharam, bem pequena e só com o absolutamente necessário. Não poderia ter muita bagagem para não desconfiarem da sua intenção de ficar a morar no país. Para todos os efeitos ele era apenas mais um turista.

Edilson está a entrar em Portugal ilegalmente, tanto que o seu voo vem via Paris. Jamais poderia apanhar um voo directo, pois seria muito complicado passar pelos serviços de imigração. Portugal legalizou muitos imigrantes até 2002 para evitar a clandestinidade. Além de tudo, foi impossível conseguir um visto de trabalho no Brasil e vir para Lisboa legal – era necessário ter conhecimentos e isso ele não tinha. Edilson era um pobre coitado da realidade nordestina no Brasil, por isso teve mesmo de arriscar.

No dia 25 de manhã chegou a Paris. Cansado do voo e com receio de ser deportado, lá seguiu caminho no meio de um grupo de turistas ingleses, até chegar à zona da Imigração Francesa. Ali não teria de dizer nada, apenas mostrar o passaporte e seguir para o voo até Lisboa.

O seu coração disparou ao entregar o passaporte...! O polícia francês verificou o documento e a passagem para Lisboa, hesitou um momento, até que finalmente os entregou de novo a Edilson. Este voltou a respirar e bem depressa seguiu as placas até chegar ao novo local de embarque, desta vez com direcção a Lisboa. A sua nova realidade estava bem mais próxima. Já tinha atravessado o Oceano Atlântico e as suas esperanças aumentavam.

Esta nova viagem de avião já foi bem mais tranquila, o seu lugar já não era à janela mas sim ao centro e as duas horas de viagem passaram depressa, tanto que até conseguiu adormecer por uns minutos.

Ao desembarcar em Lisboa, aquela sensação de aperto no coração voltou. Edilson agarrou na sua pequena mala, nos documentos e em alguns papéis com informações caso algum polícia perguntasse algo. As suas pernas tremiam mas ele mantinha os passos firmes em direcção àquilo que acreditava ser uma vida melhor. Seguiu os outros passageiros e, como tinha apenas uma mala, não precisou esperar por mais bagagem, dirigindo-se apressadamente à saída sem nada a declarar, tal como lhe tinham dito para fazer. Vindo de Paris não precisou de mostrar mais o seu passaporte e pôde entrar tranquilamente no novo país.

Quando dá por si já está na zona das chegadas. Olha para um lado, olha para o outro e vê aquela confusão de pessoas a chegar e a sair. Ele está finalmente em Lisboa. O dia está meio cinzento, quase a ameaçar chover, mas Edilson leva o coração bem quente da viagem e o corpo cheio de ideias.

Apanha então um táxi e enquanto percorre a segunda circular fica maravilhado com tudo o que vê à sua volta. Nunca tinha visto tantas casas e tão altas, nunca tinha visto tantos carros nem tanta confusão na estrada. A sua vida em Pipa era bem mais tranquila e o movimento de pessoas e automóveis era muito menor, não havia comparação possível. Nunca tinha visto prédios assim. Em Pipa, todas as casas eram rasteiras e bem mais simples. O pátio da frente, as redes penduradas e a porta aberta, nada a ver com o que tinha agora diante dos olhos. Aqueles prédios quase se tornavam ameaçadores perante as suas lembranças de uma vila simples e pacata.

O taxista deixa-o no centro da cidade, em pleno Marquês do Pombal. Aí, Edilson começa a procurar um meio de resolver a sua vida e, perguntando aqui e acolá, acaba por chegar até ao Rossio, onde se encontram dezenas de homens à espera de um emprego. São sobretudo africanos e alguns brasileiros que sabem que aquela é uma zona onde muitos empreiteiros vão procurar trabalhadores para as obras.

Edilson começa a falar com Francisco, um angolano que está em Portugal há 12 anos. Também na sua terra a vida era complicada, e decidiu tentar a sorte em Portugal. Deixou para trás a sua mulher e dois filhos: o Alfredo e a Linda. Desde que veio para Portugal só conseguiu voltar a Angola duas vezes e as saudades são imensas. A sua maior tristeza é não poder acompanhar o crescimento dos filhos. Já se tornaram adultos sem que ele pudesse estar presente. Vai acompanhando as suas mudanças pelas fotografias que a mulher lhe manda.

Francisco começa então a explicar a Edilson que se esperarem ali umas horas aparece sempre alguém que os chama para trabalhar. Podem ter sorte e arranjar um trabalho de muitos meses, ou pode correr pior e ser uma obra mais rápida mas ali, de certeza que vai encontrar trabalho.

Não era nada disto que Edilson tinha sonhado, mas sabe que está ilegal e não pode trabalhar com um contrato nem fazer descontos para a segurança social. Tem que estar sujeito ao que aparecer e o trabalho nas obras é, actualmente, o único meio para conseguir sobreviver. Imaginara-se muitas vezes a trabalhar numa grande empresa e a receber um bom ordenado. Quem sabe até vestir um fato e gravata como via em muitos filmes. A sua mãe também sonhava em ver o seu filho assim e poder mostrar fotografias a todas as pessoas que conhecia. Mas lá longe, no nordeste brasileiro, não fazia nem ideia por onde o seu primogénito andava.

Surge então uma carrinha vermelha que pára em frente deles. Francisco, mais astuto e experiente, depressa se dirige ao motorista e fica a saber que é um trabalho na margem sul: a construção de um condomínio privado, que poderá durar cerca de cinco meses. Rapidamente aceita e chama o seu novo amigo para ir com ele. Edilson, meio atrapalhado e muito nervoso, pega na sua pequena mala e segue viagem juntamente com mais oito homens que aproveitaram aquela oportunidade.

No seu canto, Edilson vai apreciando a beleza do Rio Tejo. Sente saudades da sua mãe, ainda não teve oportunidade de lhe dizer que chegou bem. Pensa também na sua terra e nos mergulhos que dava todos os dias de manhã, na praia junto à Pousada. Mas depressa procura afastar esses pensamentos, sabe que tem de ter muita força para levar adiante esta sua aventura e procura pensar que tudo vai correr bem.

Quando chegam aos Capuchos, local onde vai ser construído o condomínio, Francisco trata de explicar rapidamente a Edilson como tudo se processa. Irão trabalhar na colocação dos alicerces, primeiro passo da construção, e quanto a dinheiro, só no fim do mês receberá a sua parte. Em relação a habitação e comida não tem de se preocupar, pois ficarão nos estaleiros todos juntos.

É assim que começa o primeiro dia de trabalho de Edilson, sem ter tempo para pensar começa logo a trabalhar. A sua função era esperar que a grua trouxesse os carregamentos de ferro, baixá-los, organizar tudo e carregá-los às costas do seu jovem corpo. Depois carregava o ferro até aos homens que o moldavam para fazer os alicerces. A sua pele morena habituada ao sol, sofreu os primeiros arranhões assim que o ferro lhe tocou os ombros, mas respirou fundo e seguiu em frente na sua jornada.

Contudo, as preocupações da sua mãe estavam certas. Edilson era demasiado jovem e inexperiente. Habituado à sua pequena vila não imaginava o que era o mundo fora dali, ainda por cima num país que não era o seu. Ilegal e clandestino, não poderia esperar muitas facilidades.

Quis o destino que a sua aventura durasse muito pouco. Ainda no primeiro dia, numa das vezes em que esperava a grua, tudo correu mal. Os cabos que prendiam o ferro soltaram-se. Edilson não teve uma reacção rápida... Acabou por morrer soterrado por todo aquele equipamento.

Morria ali uma jovem vida cheia de planos e sonhos futuros. Morria ali mais uma história de imigração ilegal sem que tivesse alguém para se preocupar com ele. Ficava mais uma família sem saber notícias do seu ente querido perdido no mundo.

quarta-feira, maio 18, 2005

Aquele dia

Não é só o divertimento que ela espera. Quer também aproveitar a companhia das amigas e as oportunidades do país.
Sonha com o dia do embarque. Já imagina a felicidade que vai sentir mas também o nervosismo.
A primeira vez é sempre difícil mas a segunda pode ser ainda pior. As expectativas que tem podem vir a desiludi-la. Mas não é isso que ela pensa, acredita que vai ser a duplicação do paraíso.
Imagina cada passeio, cada festa e cada música.
Enquanto espera, sonha com esse dia.

terça-feira, maio 17, 2005

Uma manhã diferente

Eram 7h da manhã e o despertador tocou.
Ela acordou sobressaltada, a rádio tocava a música que tantas vezes ouviu, mas em circunstâncias diferentes.
Assim que afastou os lençóis e se sentou à beira da cama, sentiu o ar fresco da manhã.
Bocejou, esfregou os olhos e estendeu a mão até ao pêlo fofo do seu cão.
Só acordou realmente quando sentiu a água fria tocar-lhe nas mãos e depois na face.
O pequeno almoço soube-lhe bem. Sem saber o motivo, aquela manhã era diferente...
Vestiu as calças e a camisola ainda com aqueles sons na cabeça. Pegou nas chaves, na mala e saiu.
A humidade da noite era visível no carro. Entrou. Ligou a rádio. A mesma música voltou a tocar... Sem saber porquê, aquela era uma manhã diferente.

segunda-feira, maio 16, 2005

Cansada

Hoje estou muito cansada.
Não parei um minuto neste fim-de-semana. Dormi muito pouco desde sexta-feira. Estive imensas horas de pé. Apanhei imenso sol. Hoje acordei cedo. Resumindo: estou cansada e ainda não é hoje que posso relaxar. Mas não me posso queixar muito porque prefiro estar assim, ocupada!
Este urso do Zoo de Lisboa é que consegue estar sempre a descansar. E arranja sempre posições hilariantes!



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domingo, maio 15, 2005

Torneio da Banca

Mais um fim-de-semana acompanhado de ténis!
Tive a oportunidade de assistir, ontem e hoje, ao Torneio da Banca que se realizou no Clube VII e no qual participou o meu pai e irmão, entre outros amigos. Foi um torneio com um nível bastante aceitável, levando em conta que não se trata de profissionais. Mas a surpresa estava guardada para hoje: um jogo de exibição que colocou frente a frente Nuno Marques (melhor tenista português) e Sergi Bruguera (campeão de Roland Garros por duas vezes; vencedor do Estoril Open, entre outros torneios). Foi uma partida renhida e entusiasmante.
E foi mais um fim-de-semana sem tempo nem para me sentar!

sábado, maio 14, 2005

Ninguém pára o BENFICA!
Ninguém pára o BENFICA!
Ninguém pára o BENFICA!

Qualquer dia...

Jogos emocionantes como este derby não são para qualquer pessoa! É muito stress, angústia, sofrimento, alegria, desilusão. Uma complexidade de sentimentos que nos deixam com o coração nas mãos.
Todos os benfiquistas sofreram até ao milagroso minuto do golo. Aí: chorámos, pulámos, gritámos e, sobretudo, esperámos anciosamente que o jogo chegasse ao fim com a vitória do nosso glorioso.
Continuo a acreditar que é possível!

Benção das Fitas

Hoje foi finalmente o dia porque todos os estudantes anseiam: a benção das fitas! É uma oportunidade de estarmos todos juntos a festejar o fim do nosso curso. Levamos na mão uma pasta carregada de palavras amigas. Levamos no coração esperança num futuro feliz. Levamos sobretudo muita alegria e vontade de gritar e celebrar!
Foi uma manhã inesquecível, com inúmeras fotos para relembrar.



Posted by Hello

sexta-feira, maio 13, 2005

PARABÉNS

Mais um ano que passa e cá estamos todas juntas a comemorar o teu aniversário! Que sejas muito feliz e que tudo de bom te aconteça. Se pudermos estar sempre juntas neste dia será muito bom!
Tenho a certeza que jamais esquecerás o magnífico presente que hoje recebeste de nós!
Um grande beijo de PARABÉNS!

quinta-feira, maio 12, 2005

Minha madeirense

És doida, maluquinha, refilona mas eu gosto muuuuuito de ti.
Aquela fita hoje, ai meu Deus, foi demais! Vai ser uma fita para guardar mesmo! Ninguém sabe o futuro mas, daqui a uns anos, acho que vou rir muito quando reler aquelas coisas! Aquela canção, aquelas frases, aquelas letras gigantes...!
A primeira fita que me escreveste também estava muito gira, as palavras foram sinceras eu sei e aquele desenho da bailarina está muito bom!
És a única com direito a duas fitas. Olha bem a importância sua doida!
Beijo grande e para o ano estamos lá!!!



Posted by Hello

quarta-feira, maio 11, 2005

essa é a NOSSA canção

Olha aqui
Presta atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja onde for
Para nunca esquecer o nosso amor
O nosso amor

Veja bem
Foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor que existe em mim

Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Pra me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa nossa canção

Veja bem
Foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor que existe em mim

Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Pra me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa nossa canção

terça-feira, maio 10, 2005

Minha Madalena...

Minha linda Madalena...
Não tens fita para eu escrever, por isso deixo-te aqui este post totalmente dedicado a ti.
Foste das primeiras pessoas com quem falei naquela universidade. Esse teu sorriso encantador e a tua simpatia cativam qualquer pessoa e eu não fiquei indiferente. Ajudaste-me a ambientar e foste uma chave importante para que eu me integrasse melhor na turma.
Mas isso foi apenas o início. Ao longo dos anos criei por ti um carinho enorme e cresceu entre nós uma grande e sincera amizade! Adoro o teu jeito de ser, adoro o teu belo sorriso, adoro as tuas piadas e gosto ainda mais do teu estilo, és meiga e ternurenta, divertida e muito animada e eu adoro-te!
Nunca esqueças que tens em mim uma amiga de coração!
Um beijo do tamanho do mundo cheio de carinho!
Espero que gostes destas pequenas palavras, são simples mas sinceras!


Posted by Hello

E como eu tanto gosto de te cantar...

Oh! Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu

Mas fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra

Eh! Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Que do nosso amor duvide

Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco alegre ou triste

Oh! Madalena, oh! Madalena
Oh! Madalena, oh! Madalena

Fitas. Fitas. Fitas.

Nestes últimos dias tenho escrito imensas fitas para pessoas amigas. Dá trabalho e chega até a cansar, mas é um prazer poder traduzir em palavras os sentimentos que tenho cá dentro. Nem sempre é fácil dizer por palavras aquilo que sentimos e é nestas alturas que revelamos tudo.
Vou continuar na minha escrita!

Vida sem Carro

Confesso que já não sei o que é viver sem o meu carro. Desde que tirei a carta que tenho carro e vou com ele para todo o lado. Hoje, infelizmente, teve de ficar na oficina e foi um stress para mim andar de autocarro, coisa que já não fazia há mais de três anos! Parece que nem sei como agir, acho que parecia aquelas pessoas que vêm à cidade pela primeira vez. Foi realmente um stress confesso! Meu querido carro, volta para mim depressa!!!

segunda-feira, maio 09, 2005

Às vezes quero ser a dona das coisas, quero toda a atenção e carinho só para mim. Mas esqueço-me que, infelizmente, ninguém é de ninguém!

domingo, maio 08, 2005

Ténis e mais Ténis

Hoje foi um dia passado a ver ténis de campo. Não me estou a queixar porque adoro. A qualidade não é como a do Estoril Open, claro! Mas como conheço todos os participantes é um torneio animado! Jogos, conversas, risos, almoços e jantares.
Foi um dia muito bem passado!

sábado, maio 07, 2005

Fantástico!

O jantar ontem foi "tudo de bom".
Cantei, pulei, dancei, estive com os meus colegas e divertimo-nos imenso. O ambiente estava fantástico e o bar estava irreconhecível. A decoração foi a rigor e nenhum pormenor foi esquecido! E melhor ainda foi estarmos todos juntos para festejar uma noite em grande! A festa no bar esteve animada e na discoteca fomos poucos mas bons e enchemos a pista com o nosso ritmo!
Eu e a minha Chica Brava tivémos uma excelente noite, com direito a colchão de água e pequeno-almoço "quase" brasileiro!!!
Fiquei com vontade de repetir, e muito, noites como esta!


Posted by Hello

sexta-feira, maio 06, 2005

Jantar de Finalistas

Hoje vai haver um jantar de finalistas no bar da faculdade. O espaço é pequeno mas tenho a certeza que todos juntos vamos tornar a noite muito agradável. Estou anciosa que chegue a hora para poder "curtir" muitos os meus amigos e a música brasileira que nos vai animar. Vai ser uma oportunidade de relembrar a nossa viagem!
É uma pena que o curso esteja no fim porque este convívio é muito bom! Há que aproveitar os momentos finais em grande!

«Anjos e Demónios»

Tal como já previa acabei ontem de ler este livro.
Claro que já me tornei fã de Dan Brown. Este autor tem uma escrita que envolve, que me deixa presa do princípio ao fim. Mesmo que os livros tenham mais de 500 páginas demoro pouco mais de uma semana para devorar tudo.
Não concordo com a Peter Pan quando diz que a linguagem é simples, o que torna o livro de fácil leitura. Considero que o principal factor é mesmo a intriga criada que nos deixa em suspense para o próximo capítulo. É isso que me faz querer continuar a ler e não parar até chegar ao fim! Acho mesmo que gostei mais deste livro do que do «Código Da Vinci», do mesmo autor.
Robert Langdon já se tornou no meu professor de História de Arte favorito!
Fico anciosamente à espera do próximo livro!

quinta-feira, maio 05, 2005

Cócegas nas Mãos

Estou a ler um livro empolgante, daqueles que em poucos dias me consome imensas horas. É mais forte que eu, não consigo parar de ler e se tenho de o fazer fico em pulgas até poder regressar à minha leitura. A verdade é que estou nos capítulos finais e hoje de certeza que o termino.
Amanhã já revelo que livro me deixa assim!

Situações Inevitáveis

Pensaria em mais de mil e um lugares agradáveis para passar a tarde de hoje, antes de sugerir uma esquadra da polícia mas, nem sempre escolhemos onde passamos o nosso tempo. No entanto, e ao contrário do que tem sido habitual, os agentes que hoje estiveram comigo eram atenciosos, prestativos e simpáticos por isso, não me queixo nem um pouco das horas que tive de passar naquele lugar.
Mas confesso que não deixa de ser um sítio pouco agradável, sobretudo para quem vê o entra e sai de policiais, presumíveis "bandidos" e todo o aparato que os rodeia.

quarta-feira, maio 04, 2005

Dar a volta!

Há dias que começam menos bem...
A verdade é que algumas horas junto de pessoas que nos querem bem, alguns sorrisos e muita conversa ajudam a aliviar qualquer stress. Mesmo que seja por momentos, todos os problemas desaparecem!
Todos precisamos de uma mão e de um sorriso amigo!

terça-feira, maio 03, 2005

Estudar!

Acordei um pouco melhor da minha enxaqueca. Depois de uma noite muito mal dormida, só pela manhã consegui descansar. Ainda não passou por completo, mas não me está a impossibilitar de fazer nada, por isso vou aproveitar para estudar bastante, enquanto a minha cabeça me deixa. Tenho andado bem preguiçosa e não posso continuar assim. Hoje vou dedicar-me a sério aos estudos, até porque o teste é já na quinta-feira.
Vou hibernar por um dia!

segunda-feira, maio 02, 2005

Abusei

Eu sei que hoje abusei, por isso não me posso queixar dessa dor de cabeça, essa enxaqueca, essa cefaleia que não me quer largar. A verdade é que há muito tempo que andava bem. A semana passada já foi o que foi e estou a ver que esta semana também não começa muito bem.
A única solução agora sei eu qual é: escuro, silêncio e cama!

A oitava maravilha do mundo!

Esta pequena máquina chamada computador e a grande maravilha que é a internet conseguem, juntas, encurtar distâncias bem grandes e ajudam a matar a saudade de quem está longe. Isto já para não falar das câmaras e dos microfones que ajudam ainda mais a sentirmo-nos perto das pessoas que gostamos.

domingo, maio 01, 2005

Domingo. Feriado. Casa.

Hoje é domingo.
Hoje é feriado.
E eu aqui estou em casa.
Tenho trabalhos para fazer, cadeiras para estudar mas confesso que estou com alguma preguiça. Apetecia-me sair, estar com pessoas que me fazem sentir bem, rir, conversar, brincar, dançar, cantar e pular. Tenho uma energia aqui presa dentro de mim prestes a explodir. Estou a precisar duma noite de festa para extravasar senão não vou aguentar!