quinta-feira, janeiro 27, 2005

Locais

HOSPÍCIO
Numa rua movimentada de uma grande cidade existe um prédio antigo de 4 andares que sobressai, quer pela cor verde alface da fachada, quer pela área que ocupa com grandes jardins cheios de árvores, fontes, bancos.
As grades nas janelas deixam adivinhar que não se trata de um mero edifício, é na realidade um hospício, dos piores que há no país.
Ao passar da porta, o ambiente torna-se pesado. As paredes brancas, cheias de infiltrações e sujidade, não escondem os longos anos que o edifício ostenta nos seus alicerces.
A cada passo ouve-se o irritante ranger do soalho fazendo lembrar uma casa de terror e denunciando uma presença que se aproxima.
Os largos corredores com várias portas que dão acesso aos quartos são constantemente atravessados pelos doentes que vagueiam sem rumo.
Os quartos até metem medo! Camas enferrujadas com a tinta branca lascada são as únicas peças dos quartos duplos e triplos. Além destes, existem as solitárias, no 4º andar, próprias para doentes em crise aguda que têm de ser isolados e amarrados à cama.
No rés-do-chão temos as salas da administração do prédio: secretaria, directoria, sala de convívio e vestiários do pessoal.
No primeiro andar existem as salas comuns destinadas aos pacientes. Temos o refeitório onde existem mesas corridas que acompanham o comprimento da sala. Todos os utensílios utilizados pelos pacientes são de plástico para evitar acidentes entre estes. Na sala de convívio existem sofás castanhos de imitação de pele gastos pelo tempo, 2 televisões, uma sintonizada na RTP2 e outra na RTP1, 1 rádio sempre sintonizado no RCP, mesas e cadeiras onde se podem praticar variados jogos.
Na enfermaria existem camas para aqueles que estão em agonia, rodeados de cortinas brancas. Existe também um local para a medicação diária de todos os pacientes. Junto à porta encontram-se as vitrines cheias de medicamentos.

TALHO
Num beco do bairro da Graça um toldo amarelo sobressai. É o «Talho do Zé Manel», estabelecido há 26 anos pela família Rodrigues. É conhecido por ter carne da melhor qualidade, sempre fresca.
Todas as pessoas do bairro gostam de passar por ali e olhar para a montra que os deixa com vontade de entrar.
Os funcionários são todos da família e a sua extrema simpatia cativa qualquer cliente, é por isso que é um talho muito conhecido ali na zona.
O seu interior é bastante convidativo. As paredes brancas deixam transparecer a limpeza do local, até brilha! Na parede estão pendurados todos os utensílios de corte: facas, cutelos, amoladores, etc.
O balcão de atendimento expõe toda a variedade de carnes e enchidos de forma a que o cliente possa fazer as suas escolhas da melhor maneira.
Um banco convida os clientes a esperar pela sua vez. O sistema electrónico de senhas nunca deu problemas e sempre foi uma excelente forma de manter a ordem no atendimento.

CASA DE PROSTITUIÇÃO
Uma casa de luxo convida os seus clientes a desfrutar de uma agradável noite.
As paredes estão forradas a papel vermelho que condiz com os sofás, que são de veludo vermelho, grandes e confortáveis. Pequenas mesas redondas de madeira castanho escuro com uma vela ao centro estão perto de todos os sofás para deleite dos clientes.
Á direita da entrada está a zona de jogo, onde os clientes podem fazer as suas apostas clandestinamente.
Por toda a sala existem lustres grandiosos, ornamentados com cornocópias douradas.
Ao fundo da sala está o bar com as suas paredes espelhadas e prateleiras de vidro cheias de bebidas alcoólicas e espirituosas. As suas diversas cores sobressaem no contraste com a escassa iluminação.
Os funcionários do bar são homens de uma certa idade com o intuito de impor algum respeito aos clientes. As barmaid são meninas jovens, de boa aparência, e com um vestuário apelativo, reduzido e descontraído.
No canto direito do bar são as casas de banho com loiça preta. Por cima do lavatório e ocupando toda a parede está um espelho que reflecte três pequenas luzes amarelas. As casas de banho são espaçosas, cada uma com uma sanita e um bidé e apenas iluminadas por um pequeno feixe de luz que entra do exterior através da porta.
No canto esquerdo do bar existe uma porta que conduz ao primeiro andar, onde existem quartos para os clientes desfrutarem mais do que um copo de bebida.

ESPLANADA À BEIRA MAR
O Café Central sempre foi conhecido pela sua grande esplanada à beira-mar. Dezenas de mesas convidam os clientes a passar umas horas agradáveis a tomar algo.
Todas as mesas e cadeiras são de verga, as mesas têm um tampo de vidro e as cadeiras têm uma almofada creme com pequenas conchas estampadas.
Grandes chapéus-de-sol oferecem uma deliciosa sombra nos dias de mais calor.
Todas as mesas têm um porta-guardanapos, um cinzeiro e um menu muito atractivo com vários cocktails; deliciosas tostas com o seu cheiro característico inundam o ar e fazem crescer água na boca a quem está na esplanada, baguettes, cachorros, saladas, batidos, sumos de fruta.
Ao fundo da esplanada existe um palco que durante o dia serve para aulas de ginástica e à noite grupos convidados animam os clientes, há ainda 2 dias por semana com Karaôke, onde os clientes podem mostrar as suas qualidades como cantores.
Nos dias de frio e para aquelas pessoas que não gostam de ficar ao sol, no interior do Café existe um pequeno espaço agradável, separado entre fumadores e não fumadores, para que possam ficar a observar através das janelas o que acontece lá fora.
Como barulho de fundo surgem as conversas de quem ali está misturado com o som das ondas a rebentar na areia. As gaivotas voam em redor de um barco de pescadores que acabou de chegar. Enquanto estes recolhem as suas redes cheias, as gaivotas pairam por cima na tentativa de roubar algum peixe.

ÁTRIO DE UM HOTEL
Trata-se de um hotel de 5 estrelas, logo tudo é muito requintado e cheio de pormenores.
Assim que chegamos à entrada do hotel somos bem recebidos pelos bagageiros que nos ajudam prontamente com as malas.
Ao entrar deparamo-nos com uma porta giratória com um vidro tão transparente que quase se torna invisível. Somos dirigidos à recepção por duas meninas muito simpáticas que nos explicam o que devemos fazer para nos instalarmos no hotel.
O movimento dos passos até faz eco, tal é a imensidão do espaço. Ao fundo da recepção, perto dos elevadores, existe um espaço de convívio com sofás e mesas. Uma altura de 10 andares termina com uma gigantesca clarabóia que ilumina todo o átrio do hotel.
Em redor do átrio existem belos e enormes vasos com plantas vistosas que dão um belo colorido ao espaço. No lado esquerdo da entrada pode ver-se uma grande gaiola com umas quantas espécies de aves exóticas com penas bem coloridas que dão outro ânimo ao ambiente uma vez que estão sempre a chilrear.
Há muita agitação de pessoas a entrar e a sair constantemente, hóspedes e empregados.

VETERINÁRIO
Uma moradia isolada com um grande jardim, com o relva muito verde e bem tratada, com algumas árvores de porte médio, recebe os animais e os seus respectivos donos num ambiente agradável. Ao passar o portão que é de metal com grades bem largas e que com uma protecção para que, se algum animal se soltar do canil não passe pelos espaços; é impossível não reparar no cheiro a cães, gatos, ração.
O barulho dos animais a ladrar e a miar ouvia-se á distância, deixando perceber o nervosismo dos mesmos quando estão neste local.
Ao passar da porta, há uma recepcionista que está sentada sempre de frente para a porta e assim consegue ver quem entra ou sai da propriedade. Entre as suas funcões está ainda anotar o nome do animal numa agenda que se encontra sobre a mesa de vidro ao lado do telefone e o motivo da consulta para poder marcar a vez.
Na sala de espera encontra-se uma vitrine com variados produtos para animais: comida e acessórios (coleiras, capas, champôs, escovas, brinquedos, spray para as pulgas), nas paredes brancas estão alguns anúncios de empresas especializadas em animais assim como algumas fotografias de muitos animais na sua melhor fórmula e por fim os diplomas dos veterinários como os cursos e especializações que têm.

MERCADO
Situado numa estreita avenida que liga os Anjos à Graça, onde mal um carro consegue passar quanto mais dois, situa-se um pequeno mercado. Logo pela manhã, bem cedo, as verduras, as frutas, alguns frutos secos e os produtos da promoção do dia, encontram-se na parte de fora do estabelecimento pois os fornecedores vêm trazê-los bem cedo.
A porta de entrada é pequena, só passam duas pessoas de cada vez. Uma pequena montra com prateleiras em metal e vidro, logo do lado direito, enche-nos os olhos com os maravilhosos bolos e doces tradicionais portugueses.
No balcão de atendimento estão alguns enchidos, fiambres e queijos assim como bolos gelados e as sobremesas. Em cima do balcão existem alguns produtos expostos como a velha máquina registadora, o telefone, e o bloco de anotações.
Atrás do balcão há uma pequena mesa de madeira onde está a máquina que serve para cortar o fiambre e o queijo.
Nas paredes limpas e pintadas de branco, do lado esquerdo tem uma pequena janela onde entra pela manhã um pequeno feixe de luz, iluminando o pequeno papagaio que se encontra numa gaiola à porta da loja.
O mercado é antigo, não é moderno e conserva algumas características de muitos anos atrás, mas mesmo assim é muito bem frequentado, principalmente ao fim de semana, tudo pela simpatia e receptividade das pessoas que ali trabalham.

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